sábado, 26 de dezembro de 2020

Relato de experiência 2: com a palavra a professora




Fonte: Giselda Costa. 2015

 Olá parceiros de profissão.

Hoje a protagonista da vez é uma professora atuante no terceiro ano do Ensino Fundamental de uma escola da Zona Rural de São Luís-Ma. Eu me identifiquei muito com a percepção da professora. Deixe nos comentários sua percepção também.


 Diante de um documento de 468 páginas há de se perguntar como as escolas da rede municipal iniciaram o seu trabalho de implementação da Base Nacional Comum em São Luís. A escola a qual leciono, materializou sua concepção através do livro didático. Pois foi a partir da mudança dos livros didáticos da escola em 2019 que os professores começaram a perceber que a Base Nacional Comum Curricular já estava implementada, foi dentro da estrutura do livro didático onde o professor fez uma adequação na formulação do seu planejamento escolar. O Manual do professor foi a ferramenta que formulou dentro da escola a ideário da BNCC.

Porém, a mudança na forma de estruturar o seu plano, não foi ocorrendo sem reflexão, não observo dessa forma, houve um despertar, pois nos deparamos com um documento onde podemos encontrar proposta de trabalho que já se discutia, ou que já houve várias tentativas de ser implementada no chão da escola. O conjunto de referência que a Base nos traz para elaboração do planejamento do trabalho escolar não é exatamente uma novidade, existe professores que já contemplavam seu trabalho com as competências que estão inserida na Base. Foi uma oportunidade para começar a refletir sobre o trabalho dentro da sala de aula.

A ideia da Base é ser também um instrumento de garantia dos direitos de aprendizagem, para isso é necessário assegurar um espaço de discussão e participação dos sujeitos que estão no chão da escola, acompanhado de políticas públicas sérias que garanta a melhoria da qualidade do trabalho dos profissionais, do ensino e principalmente a do espaço escolar, onde as suas propostas deveriam se materializar.

Desde quando iniciei meu trabalho em sala de aula sempre estive comprometida com a aprendizagem, a obrigatoriedade da Base quando se vai para chão da escola me remete a uma imposição, pois como trabalho na área rural, ficar difícil vivenciar um currículo que não foi debatido e não considera a realidade local. Sendo assim, a sua implementação no chão da minha escola não contemplaria os direitos de aprendizagem na qual ela se sustenta. Imagina, uma unidade escolar rural potencializar o trabalho escolar sobre as luz das competências da BNCC sem discursão e debate na comunidade escolar. E principalmente políticas publicas que viabilize a melhoria da educação.

Por isso, quando planejo não me prendo a obrigatoriedade propriamente ditada, pois, ela não é um currículo, ela é o caminho para elaboração do currículo dentro da unidade ou da rede escolar. Ela não orienta os conteúdos, a metodologia todo esse processo, de ensino e aprendizagem é referendado dentro do Projeto Político Pedagógico da Escola. O currículo e o PPP estão inseridos dentro da BNCC como etapas implementação nos Estados e Municípios.

    O caminho para chegar na real implementação do BNCC é tornando mais democrática a discussão, mas ao mesmo tempo, repensando o fazer pedagógico.


O que você achou destas considerações?

Obrigada por suas reflexões e partilho de suas experiências. Até breve!

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